sábado, 31 de março de 2012

TRICOLOGIA

A EVOLUÇÃO DO TRANSPLANTE CAPILAR
Ao longo dos tempos muita atenção tem sido dada a forma e ao tamanho dos cabelos, levando as pessoas a buscarem shampoos especiais, cortes diferenciados, penteados, acessórios e tratamentos diversos. Uma das respostas ao problema da calvície é o tratamento cirúrgico: o Transplante Capilar. 


A falta de cabelo, assim como o estilo do corte, possui um forte significado para o ser humano, uma vez que conferem personalidade aos mesmos. Quando os fios começam a cair demasiadamente surge o risco da calvície (queda de cabelo), isto pode se tornar uma grande preocupação, gerando alterações na autoimagem.




As primeiras publicações são atribuídas ao oriente, no Japão, na década de 30. No ocidente, essa técnica começou a ser descrita por volta dos anos 50, por dermatologistas americanos. Naquela época, o método consistia em retirar, da área doadora, pequenas rodelas de 5 mm de diâmetro do couro cabeludo, contendo de 7 a 12 Unidades Foliculares (UF) cada, que eram transplantadas para a região calva. Esse era o procedimento clássico, denominado de “STANDART PUNCH GRAFTS” que persistiu por muitos anos. Mesmo sendo um grande avanço científico, pois o cabelo transplantado crescia normalmente, o aspecto final não conferia naturalidade ao cabelo implantado deixando um resultado artificial e levando os transplantados a conviver com apelidos pouco elogiosos: passaram a exibir "cabelos de boneca". 

Com o avanço da medicina e da tecnologia muita coisa evoluiu. O intuito era desenvolver e aprimorar técnicas que deixassem os resultados mais naturais, melhorando a densidade e o volume dos cabelos implantados, garantindo a harmonia facial e um melhor padrão estético.  
FIO A FIO
Surge na década de 80 uma técnica com enxertos menores e melhores resultados, pois utilizava um menor número de fios e, portanto, menos mudas (cabelos transplantados) que eram responsáveis por aquela característica de parecer um canteiro de brotos, ou “cabelos de boneca”.  
Isso deu início a era dos mini e micro-enxertos. Essa técnica ficou conhecida como “MINI-MICRO GRAFTING” OU “FIO A FIO”. Porém, o método “fio a fio” utiliza várias UF's num único enxerto (enxertos multi-foliculares). Esta confusão de termos persiste até hoje, dificultando a compreensão e comparação das técnicas. Porém deve-se salientar que ocorreu sem dúvida um grande avanço estético, com resultados no geral satisfatórios.

TRANSPLANTE FOLICULAR
Atualmente essa abordagem mudou completamente. As unidades foliculares são utilizadas individualmente, obtendo-se uma distribuição mais próxima ao natural dos fios na área calva, o que permite um aspecto de cabelo real, diminuindo os vestígios de transplante. Esta técnica é conhecida como “FOLLICULAR UNIT GRAFTING OU TRANSPLANTE FOLICULAR”. 
O conceito básico do transplante de cabelo é basicamente o mesmo de quando foi realizado pela primeira vez. A maior diferença está relacionada ao tamanho do enxerto ou UF. No Transplante Folicular, utiliza-se 100% de UF individuais no procedimento cirúrgico - cada unidade pode ter de 1 a 4 fios. 
Essa técnica respeita as características naturais do cabelo: ângulo, direção dos fios, mantém as variações normais de densidade e volume das diferentes regiões da cabeça, permite colocar as UF's em ângulos mais agudos, ou seja, deixa o cabelo mais "deitado" como cabelo natural. Os orifícios abertos na área a ser transplantada são extremamente pequenos - de 0,5 a 0,7 mm de largura - o que aumenta a densidade dos fios, criando um aspecto ao mesmo tempo compacto e volumoso, torna a cicatrização mais rápida, diminuindo as marcas do transplante e o período pós-transplante.

CRIAÇÃO/DESIGN GRÁFICO: MARCELLO VIEIRA

Como qualquer outro procedimento cirúrgico o transplante capilar tem riscos. Com o intuito de preveni-los e ainda evitar complicações, alguns cuidados devem ser tomados: 

1. Um bom relacionamento médico-paciente, onde o paciente deve informar o que espera da cirurgia e o médico deve explicar detalhadamente todo o tratamento e os limites da cirurgia evitando criar falsas expectativas; 
2. Avaliação clínica e laboratorial da saúde do paciente; 
3. A técnica cirúrgica a ser empregada pelo médico deve ser atual e atualizada constantemente;
4. Equipe devidamente treinada, equipamentos específicos para a separação das UF's para colocação destas na área receptora contribuindo para o sucesso da cirurgia e diminuição do tempo cirúrgico; 
5. Realização do procedimento em ambiente hospitalar; 
6. Avaliação pós-operatória rigorosa. O paciente deve seguir todas as orientações, cuidados e medicações dadas pelo médico. 


"Com o avanço da medicina e da tecnologia muita coisa evoluiu"



DR. LÚCIO DE LIMA DUARTE
CRM/MG 43.692  - Graduado em Medicina  (Faculdade Souza Marques / RJ); 
Pós-graduado em Dermatologia pelo ISMD  (Instituto Superior de Medicina 

e Dermatologia - BH/MG) e Tricologia pela IPTCP - (Instituto de Pesquisa e 

Tratamento do Cabelo e da Pele  - SP/SP);  Short courses em Micologia 
Molecular por Michigan State University Lansing  (Michigan/USA). 


Um comentário:

  1. Prezados, bom dia!

    Super interessante o blog Revista Classe A.

    Gostaria de lhes apresentar uma novidade em #Tricologia:

    Obrigada, abraços!

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